Fonte: Dinheirama.com, por Conrado Navarro
Eric comenta: “Navarro, o Banco Central decidiu que os juros devem continuar caindo e a Taxa Selic agora está em 8,5%. Até ai, tudo bem, parece ser algo bom, mas e a caderneta de poupança? Agora ela renderá menos de 6% ao ano, não é mesmo? O que devemos fazer? Ela continua uma boa alternativa? Onde mais podemos investir com segurança e custos baixos? Obrigado”.
Uma das máximas dos investimentos nos lembra de que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. Normalmente associada a aplicações em renda variável, essa frase bem que poderia ser lembrada também porinvestidores mais conservadores, que optam pela renda fixa com muita frequência. A razão? A queda da taxa Selic, é claro.
Juros mais baixos desde a criação do real
A taxa Selic, hoje em 8,5%, encontra-se atualmente no menor patamar desde a criação do Plano Real, em 1994, e também desde a criação da taxa, em 1986. Nossos juros reais, antes os maiores do mundo, agora ficam em torno de 3,5% (descontada a inflação esperada de 5%) e aparecem na segunda colocação, atrás apenas da Rússia (com 4,3%).
A taxa Selic, hoje em 8,5%, encontra-se atualmente no menor patamar desde a criação do Plano Real, em 1994, e também desde a criação da taxa, em 1986. Nossos juros reais, antes os maiores do mundo, agora ficam em torno de 3,5% (descontada a inflação esperada de 5%) e aparecem na segunda colocação, atrás apenas da Rússia (com 4,3%).
Produtos de renda fixa, atrelados à variação da Selic, oferecem rentabilidades cada vez menores. Cabe lembrar o leitor que a Selic já foi de 45% em 1999, passando por 26,5% em 2003 (temores na eleição de Lula) e oscilando sempre para baixo a partir daí (com picos, é claro).
Em 2009, depois do auge da crise financeira mundial, chegamos a 8,75%, mas logo a economia esquentou e a taxa voltou a subir. A posse de Dilma veio acompanhada de uma mudança no perfil do Banco Central e, desde meados de 2011, a “ordem” é baixar os juros. Aqui estamos, pois, com os menores juros de nossa história e o governo querendo mais.
Isso muda mesmo a nossa vida?
O movimento de queda dos juros deveria, por si só, ser responsável por levar os preços dos produtos a patamares mais baixos depois de algum tempo. Tal medida, no entanto, foi acelerada pela determinação do governo de baixar também o custo do crédito oferecido aos consumidores, movimento iniciado através dos bancos públicos e seguido pela banca privada.
O movimento de queda dos juros deveria, por si só, ser responsável por levar os preços dos produtos a patamares mais baixos depois de algum tempo. Tal medida, no entanto, foi acelerada pela determinação do governo de baixar também o custo do crédito oferecido aos consumidores, movimento iniciado através dos bancos públicos e seguido pela banca privada.
Surgiu então a necessidade de rever a rentabilidade da caderneta de poupança. Como garantir 6% ao ano, sem taxas e impostos, se há o desejo de levar os juros a patamares ainda mais baixos? Sem chances! A poupança passou, então, por uma mudança emergencial (via Medida Provisória) e renderá 70% da taxa Selic mais a Taxa Referencial (TR) sempre que a Selic estiver em 8,5% ou menos. Expliquei isso no artigo “As mudanças na rentabilidade da poupança afetam sua vida?”.